quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Agridoce

Em 26 de Novembro de 2006, já lá vão quatro anos e tal, organizou-se uma homenagem aos Grandes Professores do Liceu de Camões. Foi num sábado e o Zé não faltou, claro. Sinto-me agora um bocadinho culpada por ter corrido com ele da minha mesa, ele a queixar-se de que (na mesa ao lado) só tinha gente chatíssima. Fui egoísta, mea culpa. Não cabia mais ninguém na minha mesa, eu não podia abdicar da companhia de duas  das mais extraordinárias Professoras que tive,  estava eufórica. 

Tentem perceber-me, por favor: com o Zé podia eu estar sempre, achamos sempre que tudo é eterno e imutável, com elas, aquelas Professoras que tinham sido determinantes no meu crescimento intelectual, que não via havia trinta anos, não. E fiz alegre e levianamente a troca, deixei para trás o Zé, que viveu, mesmo com 16 anos de diferença, o mesmo Liceu de Camões que eu vivi, que também viveu o reinado do mui célebre Reitor  Sérvulo Correia. E o Zé ficou na mesa do lado, nem sei bem com quem, e agora tenho um bocadinho de vergonha, porque a culpa foi minha. Quem me dera agora ter tido o Zé na nossa mesa!

A mostrar a generosidade do Zé fica esta fotografia, que foi feita por ele, com a minha máquina: mesmo profundamente entediado numa mesa em que não conhecia ninguém veio em meu socorro. É graças ao Zé que tenho esta coisa preciosa, uma fotografia em que estou ao lado da minha querida Dr.ª Maria Teresa Monteiro (a senhora que está à minha esquerda). À Dr.ª Maria Teresa Monteiro, minha Professora de Inglês do 7.º ano, devo o amor por Oscar Wilde e pelo Teatro, como contei aqui.  A minha querida Dr.ª Teresa Monteiro já não é deste mundo, como contei aqui.

E reparo agora que há duas pessoas, além de mim, que a Maria conhece neste grupo fotografado pelo Zé: o Miguel e o Pedro. Mundo muito pequenino!



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